Perda de Audição o Que Fazer
Perda de audição: atuar a tempo
Com o avançar da idade, o enfraquecimento da função auditiva acompanha a progressiva diminuição de todas as funções sensoriais. Por conseguinte, convém atuar tão cedo quanto possível, através da aplicação de um aparelho acústico adequado.
Com o passar dos anos, são muitas as causas que podem provocar o enfraquecimento da audição: entre elas, cabe destacar a degenerescência dos vasos que levam o sangue ao ouvido, assim como as alterações tanto das vias acústicas – nervos – como das zonas auditivas cerebrais.
Se as alterações da função auditiva podem derivar de diferentes causas – identificaram-se numerosos fatores psicológicos e físicos, como possíveis causas –, diversas são, também, as perturbações através das quais se manifesta a perda de capacidade auditiva, com o aumento da idade.
Por outro lado, comprovou-se que as mulheres, em geral, conservam boas faculdades auditivas até idades muito avançadas.
A influência familiar é muito importante: o envelhecimento do ouvido é um dado genético. Por volta dos 50 anos de idade, alguns indivíduos já apresentam alterações da audição, que se traduzem, muitas vezes, numa diminuição da capacidade de perceção dos sons mais agudos. Na sua família, observam-se, por vezes, diminuições precoces do limiar auditivo e uma sensibilidade especial aos agentes traumatizantes e aos tóxicos.
Manifestações
Embora indubitavelmente ligada ao envelhecimento, a presbiacusia tem a sua origem muito antes da terceira idade. A perceção dos sons mais agudos começa a diminuir por volta dos 30 anos. Depois, a perda de audição vai aumentando, de forma variável, devido a múltiplas causas: fatores constitutivos, exposição a ruídos, alterações provocadas pela arteriosclerose, etc. Em geral, aos 60 anos, observam-se perturbações reais da audição. Deixam de ser percebidos sons habituais, como o tiquetaque do relógio, a campainha da porta ou o telefone; por outro lado, experimenta-se um grande mal-estar em lugares ruidosos, especialmente quando se quer seguir uma conversa com vários interlocutores.
De facto, a principal característica da surdez do idoso é, precisamente, a diminuição da capacidade de entender as conversas. Mas não se trata só do envelhecimento do aparelho auditivo. Também se manifesta no idoso a necessidade de um pouco mais de tempo para receber uma mensagem verbal, entendê-la e decifrá-la, devido a uma ligeira deterioração dos mecanismos cerebrais.
Por outro lado, há que ter em conta que, no adulto e na criança, está muito desenvolvida a capacidade de leitura labial, isto é, o reconhecimento das palavras pelo movimento dos lábios, e não somente pela emissão do som; no idoso, pelo contrário, esta capacidade está muito diminuída, devido à interação de dois fatores: a perda de visão e a maior lentidão dos processos psíquicos.
Que fazer, então?
A primeira medida a tomar consiste na eventual eliminação do tampão de cera do ouvido externo, que se observa em cerca de um terço dos seniores que evidenciam surdez. Por vezes, essa extração permite restabelecer uma capacidade auditiva aceitável e suficiente.
A segunda medida tem a ver com a necessidade de efetuar rastreios anuais, a partir do momento em que surgem as primeiras queixas, para averiguar o tipo de perda auditiva. Este rastreio permite aferir a perda existente e determinar o melhor método de correção.
Por fim, há que conseguir que o sénior aceite um aparelho acústico apropriado ao seu caso, para o que é necessário oferecer-lhe toda a assistência e ajuda, também no que se refere ao uso do aparelho. Algumas marcas presentes no mercado nacional propõem demonstrações gratuitas destes aparelhos, para que a pessoa possa experimentar a melhoria na sua qualidade de audição e a própria adaptação fácil ao aparelho.
As próteses auditivas com tecnologia digital são cada vez mais pequenas e discretas, constituindo o método mais eficaz de readaptação social do idoso, que manifesta uma certa tendência para se isolar, até da família, perante os contínuos equívocos a que o leva a sua má compreensão.
No entanto, são muitos os idosos que não se encontram psicologicamente preparados para usar um aparelho auditivo. Assim, é necessário convencer o afetado a usar precocemente a prótese acústica, dado que as suas faculdades psíquicas de adaptação a um ambiente acústico modificado estão ainda intactas.
Idade Sénior: 5 mandamentos para um inverno mais saudável
Agora que o inverno já se instalou, juntamente com as baixas temperaturas, importa recordar que todos os anos o frio é responsável pelo internamento e morte de muitos idosos. Por isso, aqui ficam cinco conselhos para que a terceira idade tenha um inverno mais saudável.
Estes conselhos são válidos para todos os idosos, mas em particular para os doentes crónicos. A doença coronária, a insuficiência cardíaca, a hipertensão, a doença pulmonar obstrutiva crónica e a diabetes podem agravar-se quando as temperaturas estão mais baixas. Adotar uma atitude preventiva pode ajudar estes doentes a evitar as complicações das suas patologias, as quais poderiam levar a internamentos prolongados ou mesmo à morte.
Estes “5 mandamentos” passam por aspetos como a alimentação, a vacinação e o exercício, entre outros.
- COMER DE FORMA EQUILIBRADA E HIDRATAR-SE BEM
Uma alimentação equilibrada, repleta de frutas, vegetais e fontes de proteína, adquire maior importância durante o inverno. O corpo necessita das calorias dos alimentos para manter a temperatura e das vitaminas das frutas e vegetais para combater as infeções. E beber 1,5 litros de água por dia é tão importante como comer adequadamente. Esta água pode ser ingerida na forma de chás, infusões, sopas ou caldos. Dar preferência a bebidas quentes ajuda a manter o calor corporal. Por outro lado, deve evitar-se a ingestão de bebidas alcoólicas, que dão uma falsa sensação de calor, mas na verdade fazem com que o corpo perca temperatura, pois provocam a dilatação dos vasos sanguíneos.
Medicina Antienvelhecimento: mais vitalidade, menos doenças
A Medicina Antienvelhecimento é uma nova dimensão da prática clínica. É uma medicina cientificamente comprovada, de caráter pró-ativo, que tem por meta a diminuição do risco das doenças associadas à idade.
O conceito de Medicina Antienvelhecimento surgiu há cerca de 20 anos, quando se começou a perceber que era mais importante prevenir as doenças do que tratá-las, dados os elevados custos associados à Medicina Curativa, cada vez maiores e mais incomportáveis.
A realidade atual é que a população está a envelhecer e a percentagem de pessoas novas e produtivas que “pagam” a reforma e a assistência social das mais velhas é cada vez menor, pois não há estímulos à natalidade, para já não falar das dificuldades sociais; simultaneamente, a longevidade vai sendo cada vez maior, pese embora, muitas vezes, à custa de prolongarmos a “doença”.
Um dado curioso que ilustra bem o envelhecimento global da população: se, em 1999, havia em todo o mundo cerca de 150 mil pessoas com mais de 100 anos, em 2050 estima-se este número ascenda a mais de 2 milhões!
Uma nova dimensão
A Medicina Antienvelhecimento é uma nova dimensão da prática clínica. É uma medicina cientificamente comprovada, de caráter pró-ativo, que tem por meta a diminuição do risco das doenças associadas à idade. É uma nova maneira de “pensar” e “abordar” a medicina, otimizando os meios de tratamento do utente e a sua saúde.
Os objetivos da Medicina Antienvelhecimento são simples: aumentar a vitalidade, a energia e a saúde dos indivíduos. E assenta em cinco pilares básicos: nutrição, exercício físico, suplementação alimentar, suplementação hormonal e mudança de hábitos de vida.
Nutrição e hábitos de vida saudáveis
Mesmo sabendo-se que os cinco pilares estão completamente interligados, os hábitos de vida saudáveis, incluindo a nutrição e o exercício físico, são fundamentais e talvez as componentes mais importantes. De nada adianta uma reposição hormonal, sem uma alimentação correta ou a regularidade do exercício físico.
Já todos ouvimos afirmar que a patologia cardíaca e o cancro são as doenças que lideram as causas de morte em praticamente todos os países ditos evoluídos. A obesidade, condição que aumenta a prevalência daquelas doenças, é controlada pela nutrição e pela mudança de hábitos de vida.
Muito poderíamos dizer sobre nutrição e hábitos de vida, mas fica apenas uma nota: o consumo de tabaco, de álcool e de café, são péssimos para as nossas hormonas.
Exercício físico
Igualmente fundamental para a manutenção do nosso equilíbrio físico e mental, o exercício físico interfere bastante a nível bioquímico celular, favorecendo a modulação e a regulação hormonais.
Mas, repito a ideia, de pouco adianta se a alimentação não for adequada, pois os danos vão-se fazendo sentir, a médio e longo prazo.
O exercício físico deve ser regular e de intensidade moderada. Há especificidades, obviamente, de acordo com os objetivos que se pretendem. Modelar o corpo de um homem é muito fácil. Já na mulher, requer mais trabalho. Os homens não têm celulite, problema que aflige tantas mulheres, pois têm uma “hormona maravilha” que todos os homens e mulheres deveriam suplementar com a idade: a testosterona.
Suplementação alimentar
Este tipo de suplementação deve ser mínimo, cabendo aos alimentos fornecer a maioria dos nutrientes de que necessitamos. No entanto, alguns são, de facto, necessários, dada a sua escassez alimentar.
Assistimos atualmente ao consumo desmedido de suplementos ditos alimentares, constituindo um negócio de muitos biliões. Consequentemente, a oferta é imensa, tal como grande é o desconhecimento da população.
Os suplementos alimentares não são sujeitos a prescrição médica e o utente, muitas vezes, pensa que não lhe podem causar dano, o que não é, infelizmente, sempre verdade.
Há que pensar que são substâncias metabolizadas no fígado e que podem provocar efeitos adversos, se combinados ou não com outras substâncias.
Costumo dizer que, se tivesse a necessidade de prescrever um único suplemento, escolheria indiscutivelmente o ómega 3. No entanto, é preciso saber que o ómega 3 deve ser sempre coadjuvado com a vitamina E, para prevenir a formação de radicais livres.
Como em tudo na vida, há que pensar sempre nos “prós” e nos “contras” e pesar o que é mais favorável, em cada situação, para cada paciente.
Suplementação hormonal
A quebra hormonal inicia-se por volta dos 30 anos, com perdas de 1 a 3% ao ano. Aos 40 anos de idade, começamos a sentir já alguma diferença relativamente às décadas anteriores.
Com efeito, a partir dos 40 anos, verifica-se gradualmente:
- Diminuição da energia, da força muscular e da massa óssea;
- Diminuição das funções cognitivas, motoras, sensoriais e pulmonares (marcadores da idade);
- Perda da elasticidade e aumento da flacidez da pele, aumento da relação massa adiposa/massa muscular;
- Diminuição da libido e aparecimento de disfunções sexuais;
Diminuição da HGH, a chamada hormona do crescimento humano, que desempenha um papel fundamental.
Compreende-se, pois, que o objetivo da suplementação seja o de repor os níveis que apresentávamos quando tínhamos menos de 30 anos. A modulação hormonal faz-se em pequenas quantidades, para que não se cause “inibição” da glândula, mas apenas se ajude e “tranquilize” a sua função.
A tiroide desempenha um papel central na regulação metabólica. Níveis baixos levam a aumento de peso, depressão e fadiga. Muito consumo de ansiolíticos e antidepressivos era evitado se o equilíbrio hormonal fosse restabelecido.
A testosterona, os estrogénios e a progesterona têm, igualmente, papéis fundamentais.
Porém, faço aqui duas ressalvas. Primeira: só devemos suplementar quem realmente necessita. A maior contraindicação de qualquer hormona é a ausência da necessidade dela! Segundo: só utilizo hormonas bioidênticas, ou seja, química e estruturalmente iguais às nossas, o que apresenta inúmeras vantagens.
Mais uma vez, pouco adianta a reposição hormonal se não dermos atenção aos outros fatores. Imprescindíveis: estilo vida saudável, exercício físico, dieta hipoglucídica (pobre em hidratos de carbono) e eventual suplementação alimentar e/ou hormonal.
Em resumo
A Medicina é uma arte, onde o conhecimento, o bom senso, a empatia com o paciente, a experiência clínica e a capacidade de combinar tudo isto geram excelentes resultados.
A Medicina Antienvelhecimento ensina-nos a prevenir as patologias associadas ao envelhecimento, como as doenças degenerativas, e a melhorar a nossa saúde geral.
Podemos não aumentar significativamente a longevidade, mas prevenimos, sem dúvida, a morbilidade e a morte prematuras, promovendo uma muito melhor qualidade de vida.